Só perdemos o que possuímos
Estamos inseridos numa concepção materialista de vida, onde queremos acumular cada vez mais, onde o “ter” se tornou o centro de nossas vidas. Somos o tempo todo bombardeados por verbos no imperativo: compre, tenha, vá, experimente, viaje, adquira, troque, coma, realize… E chegamos a nos sentir inferiorizados quando não conseguimos estar imersos nesse mundo Pós-moderno e midiático.
Em contrapartida, aprendemos com o Senhor Jesus algo completamente diferente. Ele nos diz: ame, dê, renuncie, ajude, doe, sacrifique, obedeça, leve a carga do outro… São ensinamentos opostos aos desse mundo.
A nossa natureza humana, terrena e falha quer acumular e nosso Deus nos diz para entregar e para nos doar. E nesse acúmulo constante, vamos nos afundando com a quantidade de coisas e sofrendo quando as perdemos. É um misto de excessos e medo da perda.
Quando a gente perceber que tudo que nós temos vem dEle, e que não podemos nos apegar demais a nada disso e que temos que oferecer a Ele tudo de volta, então não sofreremos caso percamos algo, pois já era dEle e não nosso. Ou seja, eu só sofro quando perco algo que é meu.
Jesus disse: “Aquele que ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece sua vida, guardá-la-á para a vida eterna” (João 12:25). Dessa forma, só possuímos de verdade aquilo que abrimos mão. Parece bem contraditório, mas foi exatamente isso que Jesus disse. Só temos aquilo que está nas mãos de Deus e Ele é quem sabe cuidar e guardar tudo de forma perfeita.
Devemos entregar tudo a Deus: a própria vida, filhos, sonhos, casamento, profissão, casa, bens, família, igreja, capacidade, tempo, projetos… Tudo precisa ser dEle e para Ele.
Lembre-se de quê: o que afunda o barco não são as águas ao redor, mas o que há de excesso dentro dele e às vezes preferimos naufragar a ter que nos desfazer dessas bagagens, entregando-as a quem pode cuidar bem melhor do que nós.
Portanto, torno a dizer: só perdemos o que possuímos e se não possuímos nada então não perderemos nada.